Wednesday, March 26, 2008

Plagiando uma certa HQ...

- Bom dia São Paulo!!!
- Bom dia Fabíola!
- Hoje você do jeito que eu gosto de você, sabia?
- Não... O que eu fiz de original hoje?
- Nadinha. Amanheceu cinzenta e levemente fria. Assim você fica com um certo ar de perfeição artística. Se é que eu posso emitir opinião sobre arte ou sobre você mesma.
- Ah. Eu agradeço assim mesmo. É sempre bom ouvir um elogio quando as pessoas só têm coisas ruins para destacar sobre você. Se não é o trânsito, é a poluição, ou os metrôs lotados.
- Ah são Paulo, não fica assim. Posso dizer agorinha três coisas que eu amo em você. Quer ouvir?
Ela pareceu envergonhada nesta hora e assentiu timidamente.
- O céu cinza, o frio no inverno e a garoa são a sua cara. Mais que os milhares de teatros, bares, boates, shows e vida noturna em geral. Ou os centros e compras. Ou as ruas abarrotadas de gente.
- Ah. Eu deixei há muito de ser a querida terra da garoa, mas valeu pelo elogio em plena quarta-feira. Tenha um bom dia.
- Você também!

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É São Paulo combina com o céu cinza como alguém que fica bem de preto. As pessoas ficam diferentes. Os casais na rua ficam mais charmosos. O reflexo dos edifícios no céu abobadado. As antenas tocando as nuvens como finos dedos tocando piano num final da tarde. A música aqui é veloz. Lembra um fox trote em que as moças movimentam os pés de maneira rápida e precisa. São Paulo de move na velocidade da luz, a mais bela dama no salão. O senhor curioso, o belo rapaz dorminhoco, a menina em saltos agulha, a dama com óculos de armação vermelha o executivo sedutor. Todos são São Paulo e São Paulo é cada um deles.

Agora sobre mim. Acordei tão bem hoje. Vocês nem acreditam. Eu, geralmente, não me permito o luxo de acordar de mal humor. - Apesar de saber que alguns dos leitores deste blog contestarão essa a informação de forma veemente eu - realmente - não me permito este direto de maneira cotidiana. Se você costuma me ver de mal humor é porque tem muita intimidade e isso é um mérito, um privilégio! - Porém, hoje estou particularmente de bom humor. Deve ter sido os livros de Gaiman que eu trouxe nos braços, ou a trilha sonora do Cure, ou o cinzento céu paulistano que me deixaram assim. Tenho certeza que não tem nada haver com a noite mais bem dormida dos últimos dias. Ai, ai. Bom dia São Paulo!

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