Tuesday, March 13, 2007

Poção

A BR-232 nos recebeu por volta das 15h em direção ao final do Agreste. Chegada à Poção aconteceu com a noite já alta, impossibilitando uma visita à cidade. Que só aconteceu na segunda-feira pela manhã.
A cidade, apesar de pequena, já demonstra alguns problemas de cidade grande. O lugarejo tem lugares parados no tempo, como uma fotografia de vários anos atrás. As vitrines das lojas com as esquadrias em madeira, como grandes armários, fazem parte do em tempo quase esquecido. A principal atividade econômica da cidade é a confecção de renda de renascença e as plaquinhas “vendo renascença” multiplicam-se nas portas das casas.
Enfim, passamos por Poção e fomos em direção ao nosso objetivo. O sítio Araçá, de propriedade de D. Maria do Carmo e Seu José Genu, guarda o início de nossa jornada. A nascente do Capibaribe.
Quando chegamos ao olho d’água ele estava com o dobro de seu tamanho normal, graças às chuvas dos últimos dois dias. Dona Maria foi quem nos recebeu. Atenciosa, a mãe de dois filhos, vive há 26 anos ao lado do afloramento d’água, mas só há cerca oito anos descobriu que estava ao lado de m vizinho ilustre.
Foi o marido, Seu José, nascido e criado no sítio, e hoje com 72 anos, que apresentou os vizinhos. “Ôxe mulher, tu sabia não? É a nascente do Capibaribe”.
Também é lá que a pequena Estefani de quatro anos brinca com as piabas, fazendo crer a todos que pega em seus “rabos”.
O caminho de volta à Poção, que fica à cerca de 2Km, foi feito à pé. Olhando a paisagem ao redor, o que chama mais a atenção é a vegetação verde. No Agreste pernambucano é assim, quando chove, mesmo que um pouco, o verde brota em todas as direções, mudando tudo ao redor.
O povo simples desenvolve seu dia. Gente que volta com os latões de leite já vazios depois da venda, gente com sacolas de compras feitas “na rua”, gente que tange o gado...
A brisa fria, em parte pelas chuvas, em parte pela altitude de mais de mil metros, ajudava a disfarçar o sol que já ia alto.

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